Onde
estão os maiores desafios missionários da igreja? No contexto externo ou
interno? Quais são os maiores entraves à obra missionária hoje? George Peters
diz que “O mundo está muito mais preparado para
receber o evangelho do que os cristãos para o propagar”.
Vejamos
os desafios de promover a obra missionária em meio às aridezes internas:
I -ARIDEZ INTERNA
NO CONTEXTO MISSIONÁRIO:
A
obra missionária já desde o seu nascedouro enfrentou muitos desafios internos,
fruto da dureza de coração do homem, do sentimentalismo, da miopia espiritual
que, à semelhança de uma terra árida, precisa ser trabalhada para produzir
fruto. Analisemos o breve relato do nascimento histórico da igreja e a aridez
interna a ele atrelada: “Em Jerusalém… Em
toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra” (At 1.8).
Nos
caps. 1-7, a igreja-mãe nasce e faz missão em Jerusalém sob a liderança de
Pedro. Devido à perseguição, em At 8.3 a igreja começa a expandir-se para
Samaria e Etiópia, Através de Filipe e gentios se convertem ao evangelho. Já no
cap. 10 o Evangelho chega a Cesareia através de Pedro. A partir da igreja
de Antioquia no cap. 13 a igreja se espalha com muito ímpeto no mundo não judeu
sob a liderança de Paulo.
O
êxodo de Jerusalém só aconteceu por conta da perseguição. Pedro em Cesareia
necessitou de uma revelação divina para vencer seu etnocentrismo e admitir que
Deus não faz acepção de pessoas.
Os
dispersos avançaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém
a palavra senão somente aos judeus.
Estas
informações nos levam a identificar alguns desafios internos da igreja no seu
nascedouro:
1.1 BAIRRISMO ESPIRITUAL
Estavam
presos a Jerusalém e ignoravam as necessidades evangelísticas de fora, bem como
a ordem de Jesus de alcançarem os confins da terra a partir de Jerusalém, e
isto movidos por vários motivos nocivos à visão missionária:
a) Etnocentrismo religioso – Por serem
o povo da aliança os judeus se Jactavam (Rm 3.9,27), a ponto de não quererem
nem comer com os pecadores (Lc 15.1) e assim tinham muita dificuldade de crê e
aceitar que os gentios estavam inclusos na escolha de Deus para a Salvação e,
principalmente, admitirem que agora encabeçavam a aliança divina vigente (Rm
11.11).
b) Exclusivismo étnico-religioso – Segundo o
apóstolo Paulo Deus ofereceu o plano da salvação primeiro aos judeus (At
13.46), no entanto percebe-se que os apóstolos de Cristo, como eram judeus,
continuaram atrelados ao seu pensamento de exclusivismo étnico-religioso em vez
exclusivismo missionário, continuaram a ignorar sua missão para com o mundo
gentílico e por um bom tempo tentaram converter apenas judeus ao cristianismo.
1.2 O BAIRRISMO
RELIGIOSO HOJE
O
bairrismo religioso com suas motivações peculiares à sua cultura e época,
termina por limitar o avanço da obra missionária, trazendo problemas como:
a) Falta
de percepção do todo, o nosso campo torna-se nosso mundo e alcançar
nossa área de atuação traz-nos sensação de que cumprimos nossa missão mesmo com
mundo a nossa volta por alcançar.
b) A
nossa forma de governo eclesiástico (congregacional) apesar de muito
eficiente favorece este tipo de sentimento mais do que a episcopal.
c) Egocentrismo
religioso. Trabalhar denodadamente pelo desenvolvimento do nosso campo
é necessário e legítimo, Mas trabalhar visando apenas nossa autopromoção
pessoal, os nossos próprios interesses, ou apenas os interesses do nosso campo
são ilegítimos e nocivos à visão missionária apresentada por Cristo (At 1.8)
1.3 APATIA EVANGELÍSTICA
A
igreja local não pode perder de vista a evangelização de sua área de atuação,
pois tudo começa em Jerusalém, e a efervescência evangelística da igreja local
é a fonte motivadora da obra missionária. Uma igreja que não tem um bom
trabalho evangelístico dificilmente terá candidatos a campo missionário, terá
muita dificuldade de levantar recursos para missões e terá muita dificuldade de
assimilar os desafios e oportunidades da Obra. O declínio ou ausência do
sentimento missionário numa igreja reflete indiscutivelmente sua apatia
evangelística (cf 13.1-3).
Somente
é evangélica a igreja que evangeliza. “Ganhar almas para Cristo é meu negócio” (Dawith L. Moody). Uma igreja que deixa de
evangelizar, aos poucos também deixará de ser igreja. “De
vinte estratégias evangelísticas uma funciona, de vinte pessoas visitadas uma
aceita ser evangelizada, de vinte pessoas evangelizadas uma aceita a Cristo”.
(Pastor Ronaldo Lidorio, médias de experiências evangelísticas em seu
ministério).
É
preciso desenvolver múltiplas estratégias de evangelismo com o intuito de
alcançarmos o pecador.
1.4 FALTA DE
COMUNHÃO
“Para que todos sejam um, como tu, ó pai os
és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia
que tu me enviaste”. (Jo 17.21)
Uma
das táticas de Satanás para minar nossa força e crescimento é roubar nossa
comunhão.
Quantos
problemas de ordem interna não surgem neste particular entre secretaria de
missões e missionários, entre membros da equipe de missionários no campo, entre
líder e liderado, entre o pastor da igreja e a obra missionária.
Uma das coisas a se preservar no exercício da obra missionaria é a comunhão.
Uma das coisas a se preservar no exercício da obra missionaria é a comunhão.
II – COMO PROMOVER
A OBRA MISSIONÁRIA EM MEIO AOS DESAFIOS INTERNOS?
a)
ORANDO
A obra de Deus
sempre enfrentou desafios externos e internos. Quando Paulo, por exemplo,
prevenia a Igreja em Éfeso quanto aos perigos que a rondariam após a sua
partida disse: “porque sei isto: que, depois da minha partida,
entrarão no meio de vós… e que, dentre vós mesmos se levantarão homens que
falarão coisas perversas...” (At 20.29,30). Então, em meio a
este cenário a Oração se torna uma arma muito poderosa, pois muitas de nossas
batalhas temos que travar em secreto em oração outras, porém, em grupo de
pessoas íntimas
e outras vezes com
toda a congregação ou com muitas igrejas unidas em torno dos mesmos objetivos,
como é o caso da Mobilização missionaria do Maranhão e a intercessão mundial.
Quando a igreja
sente dores de parto em oração é que nascem as almas, “Quando
o homem trabalha, o homem trabalha; quando o homem ora Deus trabalha”.
(Hansvon Staden).
“Pede-me
e eu te darei as nações como herança, e os confins da terra como tua
propriedade…” (Sl
2.8). A profecia é para Cristo, mas lembremo-nos, somos o corpo de Cristo na
terra
b)
DESENVOLVENDO A CONSCIÊNCIA MISSIONÁRIA
Um dos maiores desafios internos no
contexto missionário é a falta de visão ou uma visão distorcida. É ai que entra
a importância de trabalharmos a consciência missionária da liderança e da
igreja em geral e isso redundará em bons resultados.
c)
FORTALECIMENTO DE NOSSAS INSTITUIÇÕES
Chegamos ao centenário imersos em uma
crise de liderança sem precedentes em nossa história e as dificuldades de
promovermos uma transição bem conduzida têm gerado um descrédito em nossas
instituições (convenções, secretarias e departamentos) e fortalecido o nosso
individualismo, fazendo com que sejamos a maior igreja evangélica do país, no
entanto com pouca representatividade nacional e mundial.
Somos
uma igreja forte no contexto local e em alguns casos regional e fraca de
representatividade nacional e mundial.
Precisamos orar a Deus por uma liderança que consiga apascentar a igreja neste país e fortalecer sua unidade e identidade e desenvolver um projeto de evangelização de impacto nacional e um melhor direcionamento das ações missionárias da igreja Assembleia de Deus brasileira para o mundo.
Precisamos orar a Deus por uma liderança que consiga apascentar a igreja neste país e fortalecer sua unidade e identidade e desenvolver um projeto de evangelização de impacto nacional e um melhor direcionamento das ações missionárias da igreja Assembleia de Deus brasileira para o mundo.
CONCLUSÃO
Precisamos regar com lagrimas os áridos solos de nossos corações, para sermos mais sensíveis ao Ide de Cristo e ao clamor do mundo, pensarmos mais no Reino de Deus do que em nós mesmos, buscarmos mais a salvação dos perdidos e a glória de Deus do que nossa própria glória. Amem!
Precisamos regar com lagrimas os áridos solos de nossos corações, para sermos mais sensíveis ao Ide de Cristo e ao clamor do mundo, pensarmos mais no Reino de Deus do que em nós mesmos, buscarmos mais a salvação dos perdidos e a glória de Deus do que nossa própria glória. Amem!
Um Abração a todos em Cristo Jesus
Pr. Miss. Capelão
Edmundo Mendes Silva