terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

AS ONDAS DE PERSEGUIÇÃO DA CHINA

Após períodos de perseguição e relativa calmaria, igrejas e cristãos na China enfrentam desafios ao exercer a fé em Jesus

01/02/2021 16:30

Caleb, um colaborador da Portas Abertas na China, explica com a igreja e os cristãos chineses de diferentes idades foram afetados pela nova onda de perseguição que invade o país
Revista Portas Abertas de fevereiro fala sobre as ondas de perseguição na China. Depois de alguns anos de relativa liberdade religiosa, os cristãos voltam a enfrentar dificuldades por causa da fé em Jesus. As igrejas também foram afetadas, sendo alvo de invasões e, muitas vezes, fechadas. Isso faz com que os encontros voltem a ser “secretos”, ocorrendo em casas de cristãos.
Caleb*, colaborador da Portas Abertas no país, compartilha sobre como os pastores e líderes têm lidado com a situação. Além disso, aborda a dificuldade dos mais jovens, que nasceram em meio a uma maior liberdade religiosa e não sabem como lidar com a perseguição. Com isso, a necessidade de discipulado e preparação de líderes aumentou muito no país.
A diretora do trabalho da Portas Abertas na China, Peony*, acrescenta sobre a importância do ministério de presença. Segundo ela, esse é um momento em que os cristãos precisam de encorajamento e fortalecimento. E além dos recursos enviados, outra forma de alcançá-los é por meio da oração.
No projeto do mês, Pearl*, Philip* e outros colaboradores no país apresentam um pouco sobre o trabalho com cristãos ex-muçulmanos. Esse é o grupo de cristãos mais perseguidos no país. A Portas Abertas estima que há apenas cinco ou seis mil cristãos ex-muçulmanos na China.

Veja este video: 
https://www.youtube.com/watch?v=1peSb_IaMF0&feature=emb_logo


* Nomes alterados por segurança.
Permanência inabalável
Uma das principais formas de manifestação da perseguição é por meio da rejeição de familiares e amigos. Porém, suas orações e doações dão a eles a força e o encorajamento que precisam para permanecerem inabaláveis. Com uma doação, você ajuda a manter o programa de discipulado para que saibam enfrentar a perseguição de forma bíblica.
 
 
 
Um Grande abraço em Cristo.
Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva

terça-feira, 12 de setembro de 2017

IGREJA: COM OS PÉS SUJOS E O CORAÇÃO LIMPO

É preciso continuar perseguindo, nas igrejas cristãs brasileiras, o desenvolvimento cada vez mais amplo da reflexão e da prática de uma vivência missionária integrada. Ou seja, buscarmos uma compreensão cada vez mais profunda de que a experiência missionária da igreja, ou o testemunho público do evangelho, não pode ficar circunscrito a determinados “eventos evangelísticos”, muitas vezes ocasionais, que acabam substituindo o que a igreja deve ser e fazer todo o tempo e o tempo todo.
As várias dimensões do viver comunitário de uma igreja estão interligados, e cada expressão deste viver, em consonância com os valores do Reino de Deus, é utilizada pelo Espírito Santo para que o nome de Jesus seja mais conhecido e adorado em nossos bairros e cidades.
Ainda há muitos desafios a serem vencidos nesta caminhada de compreensão e prática de uma ação missionária mais integral. Mas também há avanços e conquistas, pelos quais precisamos agradecer a Deus. E somos convidados a uma constante e santa inquietação que nos tire de toda e qualquer “acomodação programática evangelística”, deixando de perceber a imperiosa necessidade de integração entre o que a igreja é e o que a igreja faz. É preciso sujar os pés, mantendo o coração purificado. Só assim estaremos aptos, pessoal e comunitariamente, para cumprirmos o mandamento de Jesus de sermos sal e luz para a nossa cidade, influenciando as pessoas para que elas vejam as coisas boas que fazemos, e assim glorifiquem o nosso Pai, que está nos céus (Mateus 5. 16)! Que Deus nos ajude.

PARA ENTENDER O QUE A BÍBLIA FALA
Lucas, autor do livro de Atos, nos oferece uma descrição da primeira comunidade cristã, logo após o marcante evento da descida do Espírito Santo, no dia de Pentecostes (Atos 2. 1-13). A primeira marca daquela comunidade, segundo Lucas, era a perseverança no estudo bíblico, sob a liderança dos apóstolos (v. 42). Mas, se eles haviam recebido o dom do Espírito Santo (v. 38), por que ainda precisavam receber instruções sobre as Escrituras? Como isso poderia ajudá-los a entender ou discernir a sua missão como igreja do Senhor?
Aqueles primeiros cristãos também eram perseverantes nas atividades comunitárias que davam expressão à sua nova espiritualidade ou vida interiorcomunhão (“partir do pão”) e prática da oração (v. 42). E como é destacado no v. 46, isso era feito tanto de maneira formal (“no pátio do templo”) como informal (“em suas casas”); e havia espaço tanto para a reverência (“sinceridade de coração”) quanto para a espontaneidade (com “alegria”). De que maneira essa vida tão próxima e dinâmica ajudava a igreja a identificar e suprir suas reais necessidades (vv. 44-45)?
Apesar de viverem sob incertezas e enfrentando necessidades, o que a expressão “louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo” (v. 47) revela sobre o testemunho público daquela comunidade? Por que o povo da cidade de identificava com eles?
O final do v. 47 deixa claro que aquela igreja também se dedicava à difusão do evangelho (evangelização), ou seja se preocupava também com “os de fora”. Lucas não se preocupa em detalhar métodos ou práticas de ação, mas enfatiza dois elementos fundamentais na evangelização cristã. Quais são esses elementos? Quem era o protagonista principal (embora não exclusivo) em todo esse processo? A evangelização era uma atividade ocasional ou esporádica?
Após pensar em todos estes elementos, e em sua inevitável conexão, como você acha que aqueles cristãos de Jerusalém chegaram ao entendimento de que todas as expressões de suas vidas (material, social, espiritual…) deveriam ser igualmente contempladas em sua experiência, ou seja, deveriam fazer parte do seu escopo missionário?

HORA DE AVANÇAR
A missão pode ou não envolver um cruzamento de fronteiras geográficas, mas em todo caso tem a ver primordialmente com um cruzamento da fronteira entre a fé e a não fé, seja na terra natal ou no exterior, em função do testemunho acerca de Jesus Cristo como Senhor da totalidade da vida e de toda a criação.[…] Em outras palavras, cada igreja, seja qual for a sua localização, é chamada a participar na missão de Deus – uma missão que tem um alcance local, um alcance regional e um alcance mundial –, começando em sua própria “Jerusalém”. 

PARA PENSAR
O capítulo 2 do livro de Atos, que tem como marco a dádiva do Espírito Santo no dia de Pentecostes, está dividido em três partes: o evento  em si (vv. 1-13), a explicação de Pedro, cheio do Espírito, sobre o que tinha acontecido (vv. 14-41), e os efeitos produzidos pela presença do Espírito Santo na comunidade cristã de Jerusalém (vv. 42-47). Assim, o protagonismo todo pertence ao Espírito Santo.
John Stott comenta: “Não precisamos esperar, como os cento e vinte, pela vinda do Espírito Santo. Pois o Espírito Santo veio no dia de Pentecostes, e nunca mais deixou a sua igreja. Nossa responsabilidade é nos humilharmos diante de sua autoridade soberana, decididos a não apagá-lo, mas a lhe dar toda a liberdade. E então nossas igrejas irão manifestar, novamente, as marcas da presença do Espírito que muitos jovens estão buscando especialmente: ensino bíblico, comunhão em amor, adoração viva e uma evangelização contínua e ousada”.

O QUE DISSERAM
Todos os ministérios da igreja têm uma dimensão evangelística. Não se deve confundir evangelização com as múltiplas tarefas missionais da igreja. Não obstante, é necessário reconhecer o potencial evangelístico de todas estas tarefas. A congregação evangelística (isto é, a igreja como base da evangelização) não é apenas uma que se mantem “ocupada” com atividades evangelísticas especiais, mas uma que descobre a dimensão evangelística de tudo que é e que é chamada a fazer, e não hesita em fazê-lo.

PARA RESPONDER
Considerando os vários aspectos que, segundo Lucas, faziam parte daquela comunidade cristã em Jerusalém, procure refletir qual destas áreas (ensino das Escrituras, comunhão amorosa, adoração criativa, testemunho público do evangelho…) precisa ser mais desenvolvida em sua igreja local. Como você, com a ajuda de Deus, poderia se envolver mais e contribuir para este desenvolvimento?
Você considera que a sua comunidade cristã conta com a simpatia das pessoas do seu bairro, ou da sua cidade? Em outras palavras, essas pessoas sentiriam falta da sua igreja caso ela se mudasse para outro lugar? Por que sim, ou por que não?

EU E DEUS
Pai, concede-nos sabedoria para te conhecer, zelo para te buscar, um coração disposto a meditar sobre ti, uma vida disposta a anunciar-te, no poder do Espírito do nosso Senhor Jesus Cristo.

Um grande abraço em Cristo
Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva

quarta-feira, 22 de junho de 2016

OS DESAFIOS DE PROMOVER A OBRA MISSIONÁRIA EM MEIO ÀS ARIDEZES INTERNAS

Onde estão os maiores desafios missionários da igreja? No contexto externo ou interno? Quais são os maiores entraves à obra missionária hoje? George Peters diz que “O mundo está muito mais preparado para receber o evangelho do que os cristãos para o propagar”.
Vejamos os desafios de promover a obra missionária em meio às aridezes internas:

I -ARIDEZ INTERNA NO CONTEXTO MISSIONÁRIO:
A obra missionária já desde o seu nascedouro enfrentou muitos desafios internos, fruto da dureza de coração do homem, do sentimentalismo, da miopia espiritual que, à semelhança de uma terra árida, precisa ser trabalhada para produzir fruto. Analisemos o breve relato do nascimento histórico da igreja e a aridez interna a ele atrelada: “Em Jerusalém… Em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra” (At 1.8).
Nos caps. 1-7, a igreja-mãe nasce e faz missão em Jerusalém sob a liderança de Pedro. Devido à perseguição, em At 8.3 a igreja começa a expandir-se para Samaria e Etiópia, Através de Filipe e gentios se convertem ao evangelho. Já no cap. 10 o Evangelho chega a Cesareia através de Pedro. A partir da igreja de Antioquia no cap. 13 a igreja se espalha com muito ímpeto no mundo não judeu sob a liderança de Paulo.
O êxodo de Jerusalém só aconteceu por conta da perseguição. Pedro em Cesareia necessitou de uma revelação divina para vencer seu etnocentrismo e admitir que Deus não faz acepção de pessoas.
Os dispersos avançaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus.
Estas informações nos levam a identificar alguns desafios internos da igreja no seu nascedouro:

1.1  BAIRRISMO ESPIRITUAL 
Estavam presos a Jerusalém e ignoravam as necessidades evangelísticas de fora, bem como a ordem de Jesus de alcançarem os confins da terra a partir de Jerusalém, e isto movidos por vários motivos nocivos à visão missionária:
a) Etnocentrismo religioso – Por serem o povo da aliança os judeus se Jactavam (Rm 3.9,27), a ponto de não quererem nem comer com os pecadores (Lc 15.1) e assim tinham muita dificuldade de crê e aceitar que os gentios estavam inclusos na escolha de Deus para a Salvação e, principalmente, admitirem que agora encabeçavam a aliança divina vigente (Rm 11.11).
b) Exclusivismo étnico-religioso – Segundo o apóstolo Paulo Deus ofereceu o plano da salvação primeiro aos judeus (At 13.46), no entanto percebe-se que os apóstolos de Cristo, como eram judeus, continuaram atrelados ao seu pensamento de exclusivismo étnico-religioso em vez exclusivismo missionário, continuaram a ignorar sua missão para com o mundo gentílico e por um bom tempo tentaram converter apenas judeus ao cristianismo.

1.2 O BAIRRISMO RELIGIOSO HOJE
O bairrismo religioso com suas motivações peculiares à sua cultura e época, termina por limitar o avanço da obra missionária, trazendo problemas como:
a) Falta de percepção do todo, o nosso campo torna-se nosso mundo e alcançar nossa área de atuação traz-nos sensação de que cumprimos nossa missão mesmo com mundo a nossa volta por alcançar.
b) A nossa forma de governo eclesiástico (congregacional) apesar de muito eficiente favorece este tipo de sentimento mais do que a episcopal.
c) Egocentrismo religioso. Trabalhar denodadamente pelo desenvolvimento do nosso campo é necessário e legítimo, Mas trabalhar visando apenas nossa autopromoção pessoal, os nossos próprios interesses, ou apenas os interesses do nosso campo são ilegítimos e nocivos à visão missionária apresentada por Cristo (At 1.8)

1.3  APATIA EVANGELÍSTICA
A igreja local não pode perder de vista a evangelização de sua área de atuação, pois tudo começa em Jerusalém, e a efervescência evangelística da igreja local é a fonte motivadora da obra missionária. Uma igreja que não tem um bom trabalho evangelístico dificilmente terá candidatos a campo missionário, terá muita dificuldade de levantar recursos para missões e terá muita dificuldade de assimilar os desafios e oportunidades da Obra. O declínio ou ausência do sentimento missionário numa igreja reflete indiscutivelmente sua apatia evangelística (cf 13.1-3).
Somente é evangélica a igreja que evangeliza. “Ganhar almas para Cristo é meu negócio” (Dawith L. Moody). Uma igreja que deixa de evangelizar, aos poucos também deixará de ser igreja. “De vinte estratégias evangelísticas uma funciona, de vinte pessoas visitadas uma aceita ser evangelizada, de vinte pessoas evangelizadas uma aceita a Cristo”. (Pastor Ronaldo Lidorio, médias de experiências evangelísticas em seu ministério).
É preciso desenvolver múltiplas estratégias de evangelismo com o intuito de alcançarmos o pecador.

1.4 FALTA DE COMUNHÃO
“Para que todos sejam um, como tu, ó pai os és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”. (Jo 17.21)
Uma das táticas de Satanás para minar nossa força e crescimento é roubar nossa comunhão.
Quantos problemas de ordem interna não surgem neste particular entre secretaria de missões e missionários, entre membros da equipe de missionários no campo, entre líder e liderado, entre o pastor da igreja e a obra missionária.
Uma das coisas a se preservar no exercício da obra missionaria é a comunhão.

II – COMO PROMOVER A OBRA MISSIONÁRIA EM MEIO AOS DESAFIOS INTERNOS?
a)     ORANDO
A obra de Deus sempre enfrentou desafios externos e internos. Quando Paulo, por exemplo, prevenia a Igreja em Éfeso quanto aos perigos que a rondariam após a sua partida disse: “porque sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós… e que, dentre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas...” (At 20.29,30). Então, em meio a este cenário a Oração se torna uma arma muito poderosa, pois muitas de nossas batalhas temos que travar em secreto em oração outras, porém, em grupo de pessoas íntimas
e outras vezes com toda a congregação ou com muitas igrejas unidas em torno dos mesmos objetivos, como é o caso da Mobilização missionaria do Maranhão e a intercessão mundial.
Quando a igreja sente dores de parto em oração é que nascem as almas, “Quando o homem trabalha, o homem trabalha; quando o homem ora Deus trabalha”. (Hansvon Staden).
“Pede-me e eu te darei as nações como herança, e os confins da terra como tua propriedade…” (Sl 2.8). A profecia é para Cristo, mas lembremo-nos, somos o corpo de Cristo na terra

b)     DESENVOLVENDO A CONSCIÊNCIA MISSIONÁRIA
Um dos maiores desafios internos no contexto missionário é a falta de visão ou uma visão distorcida. É ai que entra a importância de trabalharmos a consciência missionária da liderança e da igreja em geral e isso redundará em bons resultados.

c)     FORTALECIMENTO DE NOSSAS INSTITUIÇÕES
Chegamos ao centenário imersos em uma crise de liderança sem precedentes em nossa história e as dificuldades de promovermos uma transição bem conduzida têm gerado um descrédito em nossas instituições (convenções, secretarias e departamentos) e fortalecido o nosso individualismo, fazendo com que sejamos a maior igreja evangélica do país, no entanto com pouca representatividade nacional e mundial.

Somos uma igreja forte no contexto local e em alguns casos regional e fraca de representatividade nacional e mundial.
Precisamos orar a Deus por uma liderança que consiga apascentar a igreja neste país e fortalecer sua unidade e identidade e desenvolver um projeto de evangelização de impacto nacional e um melhor direcionamento das ações missionárias da igreja Assembleia de Deus brasileira para o mundo.

CONCLUSÃO
Precisamos regar com lagrimas os áridos solos de nossos corações, para sermos mais sensíveis ao Ide de Cristo e ao clamor do mundo, pensarmos mais no Reino de Deus do que em nós mesmos, buscarmos mais a salvação dos perdidos e a glória de Deus do que nossa própria glória. Amem!

Um Abração a todos em Cristo Jesus
Pr. Miss. Capelão

Edmundo Mendes Silva

quinta-feira, 31 de março de 2016

AS HERESIAS FAVORITAS DOS EVANGÉLICOS

Por Marcelo Berti

Não é novidade que a liderança da igreja evangélica contemporânea tem falhado no ensino e instrução de suas igrejas. Enquanto o apelo pelo funcional e prático transformou os cultos um modo de moeda de troca pelo benefício da popularidade, o moralismo e o legalismo se tornaram a referência da espiritualidade da igreja. Pouco tempo se investe em questões de natureza ontológica, e muito tempo em questões práticas. Não é à toa que tal inversão de valores [em comparação com a igreja dos primeiros séculos] tem criado um rebanho imaturo e despreparado para defender sua própria fé.

Isso fica evidente na pesquisa publicada pelo LifeWay Researchintitulada “Americans believe in heaven, hell and a lit bit of heresy” (Americanos acreditam no céu, inferno e em algumas heresias). De acordo com Stephen Nichols, o diretor acadêmico do Ligonier Ministries, a pesquisa “revela um significante nível de confusão teológica”Ed Stetzer afirma que o cristão norte-americano “gosta de acreditar em um tipo de Deus quasi-cristão com doutrinas de padaria. No entanto, quando perguntado sobre doutrinas mais complexas, coisas que a igreja considerou e continua a considerar como ortodoxia, os números mudam”.

SOBRE A TRINDADE
É assustador como o conceito da Trindade não é compreendido pelos cristãos de modo geral. Aquela doutrina considerada parte integral das mais importantes doutrinas do cristianismo parece não ter clara definição no credo do cristão comum norte-americano. De acordo com a pesquisa cerca de 70% dos americanos acreditam que existe apenas um Deus que subsiste em três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo. Ao mesmo tempo, 58% dos evangélicos entendem o Espírito Santo como uma força e não como uma pessoa, enquanto 17% acreditam que Jesus Cristo é primeira criatura. Entre os Católicos o número é ainda mais assustador: 75% acreditam que o ES é uma força, não uma pessoa e 28% entendem a Cristo como a primeira criatura criada por Deus. Para piorar, 15% dos cristãos acredita o ES é menos divino que o Pai, enquanto 33% acreditam que o Pai e mais divino que o Filho. A confusão teológica aqui é clara, pois é evidente que a definição adotada é negada pelas definições que assumem. Ao que parece, boa parte dos cristãos tem dificuldade para entender o conceito.

SOBRE A BÍBLIA
De acordo com a mesma pesquisa, apenas 48% dos americanos acreditam que a Bíblia é de fato a Palavra de Deus. Entre os evangélicos, enquanto 18% entendem que a Bíblia tem sua utilidade, mas que ela não é literalmente verdadeira, apenas 76% afirmam que a Bíblia é 100% verdadeira em tudo o que ensina. Entre os protestantes não evangélicos, 50% deles afirmam que a Bíblia, apesar de sua utilidade, não é literalmente verdadeira e apenas 36% acreditam que a Bíblia é de fato verdadeira. Mas, a pior parte não é a latente confusão teológica em relação a Bíblia, mas a visão que os americanos tem em relação a outros livros religiosos. Por exemplo, 10% dos americanos afirmam que o Livro de Mórmon é inspirado por Deus enquanto 36% não tem certeza do mesmo.

SOBRE A SALVAÇÃO
No que se refere à salvação, 68% dos evangélicos afirmam que a humanidade primeiro busca a Deus, que então responde com Sua graça; 56% dos evangélicos afirmam que a salvação é realizada em cooperação com Deus; 67% consideram que a humanidade está habilitada a voltar-se a Deus por iniciativa própria. Por outro lado, apenas 18% acreditam que a salvação é meritória, baseado em atos de bondade realizados no passado ou presente. Um dado interessante é que a visão da auto-suficiência para salvação também afeta a visão que o cristão tem da igreja e da necessidade de outras pessoas para a saúde de sua vida espiritual. Cerca de 52% afirmam que a adoração solitária tem o mesmo papel que a adoração comunitária, e por isso não veem necessidade estarem conectados a uma igreja. 56% acreditam que o sermão pastoral não tem qualquer autoridade sobre suas vidas e 45% acreditam que a Bíblia foi escrita para eles como indivíduos e que como tal, eles tem o direito de interpretar as escrituras como quiserem.

RESUMO DA ÓPERA
Caso ainda não tenha ficado evidente, no evangelicalismo norte-americano sobrevivem três diferentes heresias históricas:
Arianismo: A visão trinitaria apresentada pelos evangélicos americanos em muito se assemelha com a doutrina heterodoxa de Ário, o presbítero do quarto século que ganhou notoriedade ao ensinar que Cristo era a primeira criatura criada por Deus. Dificilmente os cristãos dos nossos dias conhecem esse homem com detalhes suficientes para defender suas idéias baseadas no seu ensino. Talvez parte da confusão tenha sido semeada pelo investimento ‘missionário’ das igrejas unitaristas e movimentos neo-arianos dos nossos dias. Entretanto, o que é evidente é que a cultura de consumismo religioso tem extirpado da igreja a necessidade do ensino aprofundado das escrituras e criado um cristianismo aquém das Escrituras.

Humanismo: A visão elevado do homem e de sua auto-suficiencia tem influenciado o pensamento cristão de tal modo que a salvação tem sido vista como meritória. Em uma cultura na qual o indivíduo é senhor do seu destino (acadêmico, profissional), o cristão assume que seu relacionamento com Deus é realizado do mesmo modo. Entre os americanos a idéia de ‘eu faço’ ou ‘eu posso’ faz parte de sua cultura, e infelizmente tal ideologia parece ter também invadido a mentalidade dos cristãos. R.C. Sproul afirma que essa pesquisa aponta “o que fica claro nessa pesquisa é a penetrante influência do humanismo.” Tal humanismo não afeta apenas a percepção da salvação do indivíduo, mas também da necessidade da comunidade para uma vida cristã saudável. O humanismo tem gerado nas igrejas homens solitários que pensam viver o evangelho isolados do corpo de Cristo.

Pelagianismo: A visão da auto-suficiência humana tem levado cristãos a afirmarem que a humanidade é habilitada para voltar-se a Deus sem que qualquer agência divina seja necessária. Aos poucos, o evangelicalismo norte-americano volta-se para a doutrina de Pelágio, o monge Britânico que defendeu que o pecado de Adão afetou apenas a Adão e não sua posteridade, e que, portanto, a humanidade não é inábil para adquirir sua própria salvação. Essa mesma heresia que foi tão combatida por Agostinho, encontrou nos ensinos de Pedro Abelardo e Pedro Lombardo seu caminho de volta para a igreja Católica Romana. Hoje tal doutrina volta a ameaçar a sã doutrina através dos pregadores da prosperidade e pelo humanismo latente da cultura norte-americana.

UM APELO AOS PASTORES
Ninguém pode garantir que os números da igreja norte-americana representam a realidade da igreja brasileira, mas meu palpite é que os números não serão muito diferentes dos que vimos acima. Apesar do humanismo impactar a igreja brasileira de outros modos, as mesmas três doutrinas estão vivas e muito bem na igreja brasileira.
Por isso, gostaria de conclamar nossos pastores para que observem a realidade da igreja dos nossos dias e ouçam o conselho de Paulo para cuidar da doutrina que lhes foi confiada. Não acreditem em fórmulas de sucesso manufaturadas pelo humanismo, nem se rendam a popularidade. Evitem tanto quanto puderem a superficialidade bíblica e teológica. Não acreditem na mentira do pragmatismo de que as escrituras não funcionam. Não abandonem o ensino das escrituras, o discipulado dos cristãos e a mentoria dos líderes da igreja, custe o que custar.
Afinal, nós precisamos voltar ao evangelho. Nós precisamos ensinar em nossas igrejas a mensagem dos apóstolos, aquela mensagem que levou os à morte e não ao ‘sucesso’. Aquela mensagem que era considerada loucura tanto por gregos como pelos judeus, mas que ainda assim os apóstolos deram suas vidas para levar às igrejas. Nós precisamos aprender a perseverar na doutrina dos apóstolos, como a comunidade primitiva fazia.
Enquanto o show for mais importante que a adoração, a individualidade mais importante que a comunidade, a superficialidade mais importante que o ensino das escrituras, a multiplicação de participantes mais importante que o discipulado de cristãos, a heresia será apenas mais uma convidada no show de horrores do cristianismo contemporâneo.



Um abraço em Cristo.
Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva.

domingo, 17 de agosto de 2014

Três Lições sobre Evangelismo Transcultural

Na nossa igreja em Dubai, nós temos nos maravilhado em testemunhar conversões de pessoas da Eritreia e do Uzbequistão, da Síria e da África do Sul, da Escócia e da Espanha, do Irã e da Índia, da Holanda e da Bolívia, da Alemanha e da China e de outros países. Elas vêm de contextos religiosos e seculares, tradicionais e progressivos, muçulmanos e hindus, jovens e idosos.
Qual é a chave para abrir os corações dessas pessoas de contextos culturais e religiosos tão diversos?
A resposta é que não há “chave transcultural”. Em nosso evangelismo aqui, nós não fazemos nada diferente do que faríamos em qualquer outro lugar. Nossos métodos evangelísticos não têm qualquer criatividade. Sugerir que algumas pessoas são mais fáceis de se converter do que outras é avesso às Escrituras. Todos nós, por natureza, estamos longe do Senhor. Então, em nosso evangelismo devemos testemunhar, orar e aguardar o mover soberano do Espírito.
Não existe “chave” para entrar em um necrotério espiritual.
Mas isso não significa que a diversidade cultural seja irrelevante para o evangelismo. A maioria das cidades do mundo estão se tornando cada vez mais etnicamente diversas. Com 202 nacionalidades em seu mercado de trabalho, Dubai está adiantada nessa área. O mundo voltou os olhos para a Arábia, trazendo desafios e oportunidades para o evangelismo.
Eis aqui três lições que aprendemos pelo fato de vivermos e ministrarmos em um ambiente ultra-multicultural:

1. Comunique-se claramente
Primeiro, comunique-se claramente. Muçulmanos são ensinados desde a infância que Deus não tem Filho algum. Os hindus negam a existência de um Criador transcendente que fundamenta toda a existência e moralidade. Humanistas seculares pensam que a verdade religiosa é relativa. Então, com quem quer que estejamos falando, devemos definir nossos termos de forma clara. Com muçulmanos, nós analisamos o que a Bíblia quer dizer a respeito do Filho de Deus: não que o Pai e Maria tenham fisicamente produzido descendentes, semelhante a Zeus e Dânae, mas que a imagem eterna do Deus invisível, cuja existência precedeu a do universo, veio por si mesmo e encarnou.
Com hindus, nós trabalhamos para explicar um universo moral, onde bem e mal são definidos pelo caráter de Deus e sua vontade revelada. É inútil falar sobre “pecado” (Rm 3.23) ou apontar as pessoas para o “Filho” (Jo 3.16), a menos e até que tenhamos explicado esses conceitos. Em contextos multiculturais, devemos, como D.A. Carson disse: “começar nosso evangelismo muito mais atrás para fornecer mais do enredo da Bíblia, a fim de que as boas novas tenham coerência [...] então temos que explicar mais da doutrina de Deus e, consequentemente, do Filho, para uma geração que não sabe nada a respeito da Trindade”.[1]
É por isso que quando Thabiti Anyabwile publicamente dialogou com o ativista muçulmano Shabir Ally em Dubai no ano passado, sua declaração de abertura foi um rápido panorama da teologia do Antigo Testamento, que os conduziu à vida e ao ministério de Jesus. A menos que os ouvintes tenham compreendido o enredo da Bíblia, o significado da expiação não faria sentido para eles.
Trata-se simplesmente de comunicação clara, que é de máxima importância quando vivemos entre pessoas que são iletradas biblicamente e vacinadas contra uma cosmovisão bíblica.

2. Proclame a Palavra
Segundo, proclame a Palavra. Tiago ensina que Deus “nos gerou pela palavra da verdade” (Tg 1.18). Onde quer que estejamos, o agente da regeneração é a revelação bíblica, lida e proclamada. É por isso que, em nosso evangelismo, se a pessoa sabe ler, nosso objetivo deve ser estudar a Bíblia com ela, independente de sua cultura.
O “evangelismo por amizade” está cada vez mais popular no Oriente Médio e em muitos outros lugares, devido à impressão (equivocada) de que não podemos ou não devemos comunicar direta e claramente o que é a mensagem cristã, mas, em vez disso, deveríamos fazer alusões e insinuações até que o nosso amigo demonstre uma abertura para ouvir mais. O evangelismo por amizade enfatiza que devemos conquistar o direito de falar do evangelho para outra pessoa. É claro, não devemos usar as pessoas meramente como projetos evangelísticos. Mas, como um evangelista me disse, existe o perigo de priorizar a amizade em detrimento do evangelismo. Uma preocupação excessiva quanto ao contexto e as técnicas tenderá a ofuscar o mandamento de simplesmente “pregar a Palavra”.

3. Use a igreja local
Terceiro, use a igreja local. Em qualquer continente que você esteja, a igreja é uma reunião de pessoas que habitam o Espírito de Deus, e que se reúnem semanalmente para a pregação, louvor, oração e ordenanças. Paulo esperava que a assembleia semanal não só edificasse os crentes, mas também convencesse os incrédulos que compareciam (1 Co 14.25).
Ao longo dos anos, muitas pessoas de países de “acesso restrito” ou “fechados” silenciosamente frequentaram a nossa igreja ou, até mesmo, entraram em nosso prédio durante a semana, e pediram para aprender a respeito de Jesus. Ou ligaram para a secretaria da igreja, identificaram sua religião e pediram para encontrar com alguém a fim de considerar as reivindicações de Cristo. Nós todos ficávamos muito felizes em atender ao chamado — não a fim de pressionar ninguém, mas para oferecermos amizade, explicações claras e verdadeiras a respeito do evangelho, e a oportunidade de observar a exposição tridimensional do evangelho que é a igreja local.
Em muitos desses casos, tais pessoas nasceram de novo e se uniram a nós. Elas não só ouviram e entenderam o evangelho, mas viram como o poder de Cristo muda indivíduos e influencia comunidades inteiras que têm pouco em comum, exceto no que concerne a Cristo. A igreja, então, é o ressoar da confirmação do evangelho que está sendo proclamado.
Estranho a todas as culturas
Cada vez mais, cidades globais são o lar de igrejas multinacionais que adoram em inglês, a lingua franca do nosso tempo. Tais igrejas alcançam incontáveis grupos nacionais e étnicos, mesmo através do inglês como segunda língua. Quando expatriados retornam às suas terras, eles levam o evangelho com eles.
É verdade que o multiculturalismo impõe desafios para o evangelismo. Contudo, independentemente do lugar de onde viemos, devemos lembrar que o evangelho é estranho a todas as culturas. Independente de toda a nossa diversidade, ainda somos filhos e filhas de Adão e Eva, e necessitamos do único remédio que apenas Jesus pode garantir: redenção, o perdão dos pecados.
Igrejas em contextos multiétnicos devem trabalhar muito para se comunicarem de forma clara, respeitando cuidadosamente a teologia bíblica. Nós devemos estar centrados na verdade bíblica para que ultrapassemos toda espécie de barreira cultural e religiosa. E devemos sustentar a igreja como a exposição do evangelho para as nações.
 
Um Abraço em Cristo
Pr. Miss. Capelão Edmundo Mendes Silva
Formado em Psicologia Pastoral. Clinica Pastoral






sexta-feira, 18 de julho de 2014

CINCO RAZÕES PELAS QUAIS NÃO EVANGELIZAMOS

O Novo Testamento compele o povo de Deus a levar o evangelho para o mundo. Jesus deu aos seus discípulos uma ordem permanente de ir e fazer discípulos (Mt 28.19). Ele lhes disse que eles se tornariam pescadores de homens (Mt 4.17). Pedro aconselhou as igrejas da Ásia Menor a estarem prontas quando as pessoas fizessem perguntas sobre a sua esperança (1 Pe 3.15).
Mas parece que algo saiu dos trilhos. Muitos cristãos não vivem como pescadores de homens. Não são muitas as pessoas que nos perguntam sobre a esperança que temos em Cristo, e quando elas perguntam, nós não estamos prontos para dar uma resposta. As igrejas evangélicas falam muito sobre evangelismo, mas de acordo com pesquisas, a maioria dos membros de igreja não compartilham a fé com muita frequência.

POR QUE NÃO EVANGELIZAMOS?
Eu gostaria de sugerir cinco razões pelas quais igrejas e membros de igreja não compartilham o evangelho como parte do curso normal da vida. Outros artigos sugerem maneiras de remediar essa situação, mas por agora, nos atentemos a diagnosticar o problema.

1. As igrejas isolam os cristãos dos incrédulos
Em primeiro lugar, as igrejas isolam os cristãos dos incrédulos. Em outras palavras, muitos cristãos não conhecem nenhum incrédulo. Embora nossas vidas diárias nos coloquem em contato regular com muitas pessoas que não conhecem Jesus, é fácil passar pela vida sem ter relacionamentos próximos com qualquer uma delas.
As igrejas permitem esse isolamento de algumas maneiras. Muitas igrejas organizam uma série de programas nas noites dos dias de semana e, então, definem se um membro de igreja é bom em termos de presença em tais programas. Como resultado, os calendários de muitos cristãos são cheios de atividades na igreja e há pouco tempo para convidar vizinhos e colegas de trabalho até suas casas.
Além disso, algumas congregações cultivam hostilidade para com o mundo. Conforme nossa cultura se torna cada vez mais explicitamente hostil ao cristianismo e à moralidade bíblica, é fácil permitir que se estabeleça uma mentalidade de defesa. Quando isso acontece, o mundo lá fora se torna um bicho papão e a maneira pela qual o povo de Deus continua santo é mantendo a distância dele. Então os cristãos vivem vidas em trilhos paralelos aos do mundo, com suas próprias escolas, negócios, ligas esportivas e programas de escotismo, mas pouquíssimas chances de construir relacionamentos com incrédulos.

2. Nós acreditamos que o evangelismo é extraordinário
Uma segunda razão pela qual os cristãos não evangelizam é por acreditarem que se trata de algo extraordinário. Nós suspeitamos que o evangelismo é apenas para aqueles que possuem o dom do evangelismo, ou para pastores e outros cristãos profissionais. Então simplesmente não se sentem capazes de compartilhar o evangelho. De tempos em tempos as pessoas na minha congregação trazem amigos ou familiares até mim para que eu fale de Jesus para elas, e eu tenho que desafiá-las a tomarem coragem e fazerem elas mesmas! Afinal, em Atos 8.1-4 não são os apóstolos, mas cristãos “normais” que levam a mensagem a respeito de Jesus para fora de Jerusalém e para o resto do mundo.

3. As igrejas não falam sobre o custo de seguir Jesus
Em terceiro lugar, nossas igrejas não falam sobre o custo de seguir Jesus. Contudo, o evangelismo pode ser custoso. Realmente não há como contar às pessoas que você crê que Deus tomou carne humana, sendo nascido de uma virgem e então, após ter morrido em uma cruz, ressuscitou e subiu de volta aos céus, sem ao menos correr o risco de perder o favor delas. Mas tudo bem. O Apóstolo Paulo diz que Deus intencionalmente nos salva de uma maneira que parecerá louca aos “sábios” do nosso mundo (1 Co 1.18-29). Nossa mensagem não será bem recebida por aqueles que estão perecendo, mas será como um cheiro fétido em suas narinas (2 Co 2.14-16).
Se eu entendi Paulo corretamente, na verdade, é parte do plano de Deus que você sofra um pouco enquanto compartilha o evangelho. Se você não concorda, leia o livro de Atos e tome nota cada vez que uma pessoa compartilha o evangelho e algo ruim acontece com ela.
Mas muitas igrejas nunca confrontam seus membros com a realidade de que seguir Cristo lhes custará algo. Nós lhes ensinamos que Deus só está preocupado com eles e com a sensação de bem-estar deles. Então, quando chega a hora de pagar o preço e compartilhar o evangelho, muitos de nós simplesmente não estamos dispostos a perder as nossas reputações.

4. Nós buscamos resultados imediatos
Quarto lugar, nós buscamos resultados imediatos. É claro que é fácil ficar desencorajado quanto ao nosso evangelismo. Talvez tenhamos lido um livro ou ouvido um sermão e saído para compartilhar a nossa fé, apenas para ficarmos mais desencorajados quando nada acontece visivelmente. Penso que muitos cristãos simplesmente desistiram do evangelismo por terem feito um esforço e não terem visto nenhum resultado.
Mas simplesmente não estamos em uma posição de julgar o que Deus está fazendo em cada situação específica. Pode ser que no plano de Deus nós sejamos a primeira pessoa em uma longa fila de pessoas que evangelizarão alguém antes que ela venha a Cristo. Posso pensar em muitos exemplos de conversas e esforços evangelísticos que pareciam uma perda de tempo. Muito mais tarde, fui descobrir que aquela pessoa havia vindo a Cristo.
O evangelho é o poder de Deus para a salvação (Rm 1.16), e a palavra de Deus é viva e poderosa (Hb 4.12-13). Nós devemos cultivar confiança de que o Senhor, que dá o crescimento, completará a sua redenção. Ele salvará almas. Ele frequentemente não fará isso de acordo com a nossa programação, e ele pode não escolher as pessoas que nós escolheríamos. Mas ele nos usará se formos fiéis.

5. Nós não somos claros na mensagem
Uma razão final pela qual não evangelizamos é que não somos claros na mensagem. Quando alguém pede para se unir à nossa igreja, uma das coisas que eu peço é que a pessoa resuma brevemente a mensagem do evangelho (em aproximadamente 60 segundos). E eu sempre fico surpreso com a quantidade de cristãos que acham difícil fazer isso. Não é que eles não creem no evangelho — eles creem. Não é que eles sejam ignorantes — muitos deles conhecem as suas Bíblias muito bem. E embora eles possam ficar nervosos ou surpresos com a pergunta, ainda é uma tendência preocupante. Não há como compartilhar o evangelho se você não está preparado para compartilhar o evangelho.

 

Em Cristo

Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva

quarta-feira, 19 de março de 2014

ALÉM DO HORIZONTE

Isaías 54.2,10 e 17
2 “Amplia o lugar da tua tenda, e estendam-se as cortinas das tuas habitações; não o impeças; alonga as tuas cordas, e firma bem as tuas estacas”.
10 “Pois as montanhas se retirarão, e os outeiros serão removidos; porém a minha benignidade não se apartará de ti, nem será removido ao pacto da minha paz, diz o Senhor, que se compadece de ti”.
17 “Não prosperará nenhuma arma forjada contra ti; e toda língua que se levantar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justificação que de mim procede, diz o Senhor”.

A visão determina o que vemos e somos. Muito do que fazemos é apenas uma reprodução de coisas que vimos anteriormente. Só conseguimos ir até onde nossa visão alcança. Por isso existem pessoas que se limitam que veem diante de si. Suas atitudes e sentimentos são determinados pelo que presenciam no momento. Contudo é preciso romper com tudo isso para ir mais além do horizonte.
Este texto traz três versículos que chamam atenção para mais longe do que os olhos podem ver. O profeta Isaías está sendo usado para consolar o povo de suas perdas e sofrimento.  Então desafia o povo de Deus para olhar mais adiante e enxergar com os olhos da fé.
Como ver além do horizonte?
Vamos refletir nas palavras do profeta para ir mais além:

1- ALÉM DOS LIMITES: v.2 “Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas”.
O primeiro avanço que devemos dar com nossa visão espiritual e missionária é aprender a ver Além dos Limites. O limite de nossa visão é onde conseguimos enxergar. Contudo muitas coisas se põem diante de nossos olhos para chamar nossa atenção, nos distraindo para não enxergar mais adiante.
O profeta Isaías fala para o povo que estava sofrendo no exílio que deveriam se preparar para um crescimento. Não poderiam mais ficar limitados ao espaço que tinham, pois seriam abençoados por Deus.
Os termos ‘alarga’‘estenda’ e ‘alonga’ deixam bem claro que é preciso avançar.
Não fique limitado ao que está diante de seus olhos. Muito além de tudo que você vê, há bênçãos grandiosas do Senhor para sua vida. Se você não consegue ver uma solução, então feche os seus olhos e enxergue com os olhos da fé (II Coríntios 5.7 porque andamos por fé, e não por vista”). Assim como Abraão foi chamado para sair da tenda e contar as estrelas (Gênesis 15.5 “Então o levou para fora, e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se as podes contar; e acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência”) , você também pode contar muitas bênçãos.
Veja além dos limites!
                              
2- ALÉM DAS BARREIRAS: v.10 “Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o SENHOR, que se compadece de ti”.
O segundo avanço que precisamos dar em nossa visão espiritual é conseguir enxergar Além das Barreiras. Existem obstáculos que se colocam diante de nós para serem quebrados. Nunca podemos pensar que chegamos ao fim da linha e não há como passar adiante.
O profeta Isaías deixa claro para o povo de Deus que os montes e obstáculos seriam removidos, contudo as promessas do Senhor não podem falhar. Deus garante ao seu povo ‘misericórdia’‘paz’ e se‘compadece’ daqueles que ama.
Quando surgir um obstáculo em sua vida, não desista porque “sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8.28). Se você ama a Deus e sabe que tem um propósito em sua vida, não precisa temer obstáculos que surgirem. Faça com Josué diante das muralhas de Jericó e declare sua fé para que as muralhas sejam derrubadas (Josué 6). As barreiras podem ser oportunidades para você crescer e se fortalecer.
Creia além dos obstáculos!

3- ALÉM DAS DIFICULDADES: v.17 “Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do SENHOR e o seu direito que de mim procede, diz o SENHOR”.
A terceira coisa que precisamos para alargar nossa visão Além do Horizonte é aprender a enxergar Além das Dificuldades. Existem situações que são embaraçosas e são armadilhas para tentar perturbar sua fé. Quando você está de cabeça quente. Não consegue pensar, nem acreditar ou imaginar uma possibilidade. Então sua visão fica limitada.
O profeta Isaías ensina o povo que têm uma ‘herança’ e um ‘direito’ da parte de Deus. Contudo deveriam saber que o inimigo tenta roubar as bênçãos com ‘arma forjada’ ou ‘língua que ousar contra ti em juízo’ para dificultar que receba a bênção. Mas nada disso pode fazer você desistir. Não deixe uma dificuldade impedir sua visão de fé.
Quando surgirem dificuldades para que se realizem seus sonhos, faça como aqueles quatro homens que foram levar um amigo paralítico para Jesus curar e quando chegaram à casa, não conseguiam entrar. A solução foi ‘passar por cima’ e abriram uma parte do telhado para poderem ‘ver’ Jesus e mesmo com dificuldade descer o paralítico até o Senhor (Marcos 2.1-10). Mesmo depois de fazerem isso tudo, os fariseus ainda tentaram atrapalhar ou dificultar mais ainda. Mas Jesus mostrou seu poder e valeu a pena a dificuldade que enfrentaram.  Se o seu problema é difícil, lembre que Jesus gosta de coisas difíceis.
Veja além das dificuldades!

Abra seu horizonte!
 “...até os confins da terra” Atos 1.8
Não há limites, barreiras ou dificuldades que possam impedir sua fé. Creia que cada situação que você enfrentar será para te dar mais experiência (Romanos 5.3,4 “E não somente isso, mas também gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança”). Quando Deus tem um propósito em nossas vidas, mesmo assim acontecem coisas para provar nossa fé. Contudo quando a fé é aprovada, a vitória é garantida, pois “bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam” (Tiago 1.12).
Não deixe sua visão espiritual ser limitada por situações ou palavras que sejam contrárias ao que você crê. Se você quiser ver o que há atrás de uma montanha ou muro, deverá subir para conseguir enxergar lá do alto. Quando chega lá em cima, então pode ver claramente o que há além do que via antes. Deste modo devemos subir mais alto na presença de Deus para ver o seu propósito para nossas vidas.

Você pode ir Além do Horizonte!
Continue trabalhando e lutando Deus não te deixar!!!
 “Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não dormitará”. Salmos 121:3

 “Pois todos eles nos procuravam atemorizar, dizendo: As suas mãos hão de largar a obra, e não se efetuará. Mas agora, ó Deus, fortalece as minhas mãos”. Neemias 6:9

Deus te abençoe em Cristo Jesus...

Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva