sábado, 26 de janeiro de 2013

Atitude do Cristão Diante da Perseguição.


Um certo homem chamado Robert de Ryssel e sua família (esposa e dois filhos) foram presos na Holanda por volta do séc. XVI por professarem a fé cristã reformada. Eles foram levados à presença do juiz civil e interrogados. Diante do interrogatório eles confessaram que liam a Bíblia, oravam a Deus, cantavam os salmos em família. Os filhos disseram que se colocavam de joelhos e oravam diariamente pelas autoridades para que Deus as abençoasse. Os magistrados chegaram até a se comover com o relato dos meninos. Mesmo assim, o pai e o filho mais velho foram julgados e condenados à morte na fogueira. Diante da fogueira, o filho mais velho orou a Deus dizendo: “Ó Pai Eterno, aceita os sacrifícios das nossas vidas em nome do Seu Filho Amado!”. Ao ouvir isso, o monge que acendia o fogo interrompeu dizendo: “Mentira, seu marginal, Deus não é Seu Pai e vocês são filhos do diabo!” E quando o fogo acendeu, o menino exclamou: “Vejo, meu pai, o céu se abrindo e milhares de anjos se alegrando sobre nós. Sejamos alegres, nós estamos morrendo pela verdade”. O monge então gritou outra vez: “Mentira, vejo o inferno se abrindo e milhares de diabo vos esperando para jogá-los no fogo eterno”. O pai e o filho encorajaram um a outro até a hora da morte. 
O que aconteceu na vida de Robert de Ryssel e seu filho mais velho é simplesmente o cumprimento das palavras de Jesus que disse acerca dos seus discípulos: “Se perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros”. A perseguição é parte da vida cristã. Todo discípulo fiel de Jesus haverá de ser perseguido. Paulo afirmou isso: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus, serão perseguidos” (II Tm. 3.12). É interessante observar que na oitava e última bem aventurança, Jesus afirmou que seus discípulos são verdadeiramente felizes por serem perseguidos. Ouça o que ele diz: (ler Mt.5.10-12 “10 Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.12 Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós”). Vejamos algumas observações gerais dessa bem aventurança:
      1.  Jesus proferiu tais palavras ainda no início de seu ministério a fim de alertar aos seus discípulos de que a perseguição seria uma realidade na vida deles, caso o seguissem fielmente.
      2.   Jesus repete o termo “bem aventurados”, duas vezes, mas está referindo-se à uma só bem aventurança. Ele quer enfatizar com essa repetição que a perseguição é uma certeza na vida do crente e que ser perseguido por sua causa é de fato uma grande benção.
     3.  A oitava bem aventurança é o resultado das sete primeiras. A perseguição é consequência das demais bem aventuranças. Os bem aventurados dos versos 10 e 11 são os mesmos dos versos 3 a 9. À medida em que o crente fiel manifesta o caráter cristão das bem aventuranças, ele não será aceito pelo mundo mas sofrerá dele perseguição. 
É bem evidente para nós que o tema apresentado por Cristo na oitava bem aventurança é a perseguição como um aspecto da vida cristã. Jesus nos ensina três coisas importantes a respeito da perseguição na vida do crente: a natureza da perseguição; a causa da perseguição e a atitude cristã diante da perseguição.


1. A Natureza da Perseguição.

O que é perseguição? A perseguição é uma das tribulações que pode nos sobrevir durante nossa caminhada cristã na terra. Para entender o que ela significa, precisamos atentar para a palavra que Jesus usou. Jesus usa o verbo perseguir duas vezes em nosso texto (perseguidos; perseguem). A palavra que ele usa transmite a idéia de buscar com diligência e empenho alguém ou alguma coisa. No sentido positivo, a Bíblia exorta o crente a perseguir (buscar com toda dedicação) o amor, a santificação e a justiça (I Co 14.1 “Segui o amor; e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar”; Hb. 12.14 “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”; 2 Tm. 2.22 “Foge também das paixões da mocidade, e segue a justiça, a fé, o amor, a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor”). O mesmo verbo também é usado na Bíblia no sentido negativo e, nesse sentido transmite a idéia de “alguém ser buscado para receber maus tratos, ser atormentado ou afligido por alguma causa”. Jesus usa o termo neste sentido. Observe que o crente, por perseguir a vida cristã em virtude do seu amor por Cristo, será perseguido. Tal perseguição aos cristãos pode ocorrer de diversas maneiras:
§   Insultos e zombarias: o crente sofre perseguições quando é maltratado com palavras vis que são lançadas injustamente contra ele. Ele pode ser ofendido verbalmente além de ser alvo de piada, deboches, etc. da parte dos outros. Pelo fato de sermos cristãos, é inevitável que isso nos aconteça. O próprio Cristo sofreu esse tipo de perseguição. Nosso Senhor Jesus Cristo, de forma injusta e cruel, foi zombado e insultado por muitos, especialmente no final de sua vida. Jesus já sabia que esse tipo de perseguição o esperava (Lc. 6.32 “Se amardes aos que vos amam, que mérito há nisso? Pois também os pecadores amam aos que os amam”). E foi exatamente o que aconteceu com ele antes e depois de ser pendurado na cruz. Ele foi zombado pelos soldados, (Mt. 27.29-31 “29 e tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão direita uma cana, e ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus!30 E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e davam-lhe com ela na cabeça.31 Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto, puseram-lhe as suas vestes, e levaram-no para ser crucificado”); pelos que passavam perto da cruz (39,40); pelos líderes religiosos (41-43); pelos dois ladrões que estavam ao seu lado (44). Ninguém foi tão insultado e zombado quanto o Senhor Jesus Cristo e nem será. No entanto, ele afirmou que seus discípulos sofreriam perseguição por meio de insultos e zombarias. “Como o Senhor, também os servos”, ele disse. Seus discípulos foram os primeiros a serem zombados e insultados por causa de sua fé em Cristo. 
Se você é um cristão fiel, não se surpreenda diante dos insultos e zombarias que pode lhe sobrevir do mundo incrédulo. Você está sujeito a isso. Esse tipo de perseguição pode acontecer na sua casa, no seu trabalho, na escola. Alguns exemplos: O jovem cristão que não compartilha com os pecados de seus colegas descrentes na escola, vai ser chamado de quadrado, bobo. O trabalhador fiel que evidencia sua fé cristã em seu ambiente de trabalho pode ser zombado e criticado por seus colegas de profissão que não conhecem a Cristo. Se esse tipo de coisa estiver acontecendo, é sinal de que você está sendo perseguido. Não se surpreenda nem se irrite com isso, mas lembre-se que Cristo, mais do que todos sofreu esse tipo de perseguição e, você, como seu discípulo está sujeito ao mesmo. Calúnias e difamações: “Bem aventurados sois vós quando, mentindo, disserem todo mal contra vós”. A perseguição que se dá na vida do crente pode também se expressar por meio de acusações falsas que são levantadas contra ele. Jesus sofreu esse tipo de perseguição da parte de seus oponentes. Acusaram o Senhor de comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores (Mt. 11.19); afirmaram falsamente que Jesus expulsava demônios pelo espírito de Belzebu (Mt. 12.24). E se chamaram o dono da casa de Belzebu, quanto mais os membros de sua família, disse Jesus (Mt. 10.24). Se aconteceu ao Senhor, pode acontecer na vida dos seus servos. Vemos uma evidência muito forte desse tipo de perseguição na vida dos primeiros cristãos. Muitas acusações falsas foram levantadas contra os cristãos da igreja primitiva. Aqueles nossos irmãos, por causa de adorarem o único Deus e rejeitarem a idolatria do mundo pagão, foram acusados de ateus; aqueles irmãos, por terem Cristo como seu único Senhor e rejeitarem o culto ao imperador romano, foram acusados de anarquistas que desrespeitavam as autoridades; aqueles irmãos, que se reuniam para adorar a Deus, celebrar a ceia do Senhor e expressar a comunhão dos santos, foram acusados pelos incrédulos de se reunirem para cometerem toda sorte de imoralidade. A esse tipo de perseguição os crentes estão sujeitos. O mesmo pode se dá conosco, caso sejamos fiéis a Cristo. Não se surpreenda se falsas acusações forem lançadas contra você pelo fato de ser um crente fiel.

§   Perseguição física (prisões, açoites e morte): Em outra ocasião, quando Jesus deu uma série de instruções aos seus discípulos acerca da obra missionária deles no mundo, ele os assegurou que, por causa do seu nome, eles estariam sujeitos a prisões, açoites e até mesmo a morte (Mt. 10.17-22 “Acautelai-vos dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas; e por minha causa sereis levados à presença dos governadores e dos reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. Mas, quando vos entregarem, não cuideis de como, ou o que haveis de falar; porque naquela hora vos será dado o que haveis de dizer.Porque não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.Um irmão entregará à morte a seu irmão, e um pai a seu filho; e filhos se levantarão contra os pais e os matarão.E sereis odiados de todos por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo”). Esse tipo de perseguição foi muito comum em determinados momentos da história da igreja, como por exemplo, na era apostólica (perseguição dos judeus e romanos) e na época da reforma (perseguição da ICR). Nesses dois períodos, a confissão da fé cristã conforme a Bíblia era sinônimo de morte. Muitos servos e servas de Deus foram presos, torturados e mortos. Uns foram lançados às feras, outros enforcados, queimados em fogueiras e alguns decapitados. Era uma situação totalmente diferente da nossa realidade hoje aqui no Brasil. Pois é bem verdade que no contexto religioso atual do nosso país esse tipo de perseguição não é presente. Não temos nenhum relato de que alguém foi morto aqui no Brasil por ser um cristão. No entanto, devemos aprender algo com isso:
1) não devemos nos acomodar em nossa vida cristã pelo fato de não sermos perseguidos até a morte em nosso país.
2) devemos nos lembrar e orar por nossos irmãos que estão sendo perseguidos e mortos atualmente em países que rejeitam o cristianismo (Ex. Oriente Médio; Ásia);
3) devemos aprender com o exemplo de fé de nossos irmãos do passado e estar dispostos a sofrer qualquer tipo de perseguição, como eles estavam. 

§   Perseguição Religiosa é qualquer hostilidade motivada pela identificação de alguém com uma religião. Isso pode incluir sentimentos, atitudes, palavras e ações hostis. 
A perseguição religiosa é um tema muito complexo, que exige muito cuidado ao ser abordado por quem se propõe a fazê-lo. Este é um assunto que normalmente quebra paradigmas, não está preso ao tempo ou a determinado espaço geográfico, não depende de um sistema político, econômico ou religioso e está presente em todos os segmentos, em todas as culturas atuais ou antigas em maior ou menor grau. Desde os primeiros dias de sua existência a Igreja cristã sofre perseguição: isso está em seu DNA, faz parte de sua história de lutas e perseverança em Deus e, acima de tudo, é bíblico. Vejamos alguns exemplos que são fonte de perseguição à Igreja de Cristo, utilizando como parâmetros alguns exemplos da Igreja Primitiva descrita em Atos e da Igreja dos nossos dias. 

GOVERNO/ESTADO 
O Estado é um dos principais perseguidores da Igreja, tanto no passado como nos dias atuais: os governantes são os personagens mais poderosos de uma nação ou império, pois fazem as leis e controlam os exércitos. A Igreja foi severamente perseguida durante seus primeiros séculos de existência sob o domínio do Império Romano, sofreu sob o jugo comunista da União Soviética durante quase todo o século XX e, mesmo após a queda do comunismo, continua sofrendo em alguns países como China e Coreia do Norte, que ainda são adeptos desse sistema político. A perseguição realizada pelo Estado normalmente está atrelada a algum discurso ideológico com fundamentos religiosos (Irã e Arábia Saudita), políticos ou econômicos.

RELIGIÕES / LIDERANÇAS RELIGIOSAS 
Os sacerdotes, clérigos ou líderes religiosos compõem, talvez, o grupo que mais persegue a Igreja em toda a sua história, motivados primeiro por seu zelo religioso, mas também por poder. No Império Romano, a adoração aos ídolos dominava todos os aspectos da vida cotidiana, por isso aqueles que se negassem a participar das festas e sacrifícios oferecidos aos deuses ou aos imperadores eram considerados ateus insociáveis e inimigos públicos. A Igreja cristã dos primeiros séculos sofreu muito por se negar a participar das celebrações pagãs. Atualmente a Igreja enfrenta o desafio de ser sal e luz em países de maioria muçulmana (Afeganistão, Somália, Iraque etc.), hindu (Índia) ou budista (Sri Lanka). No Sri Lanka, a perseguição aos cristãos é praticada muitas vezes por adeptos do budismo instigados por seus líderes religiosos, que se irritam porque os cristãos se negam a contribuir com donativos para os templos budistas. 
Em países do mundo muçulmano, o cristianismo é associado às potências ocidentais, sendo, portanto, facilmente rejeitado e perseguido por grupos ou indivíduos radicais. Em muitos países, como Rússia e Grécia, a Igreja é perseguida pela própria Igreja: Iíderes religiosos de igrejas tradicionais (ortodoxas), insatisfeitos com as práticas e discursos não ortodoxos, alegam que as igrejas evangélicas são seitas, perseguindo seus membros e lideranças. 

FAMÍLIA 
Pode parecer contraditório, mas a família — núcleo de aceitação e amor — é onde, inicialmente, os novos convertidos a Cristo encontram algum tipo de perseguição e discriminação, algo muito comum em famílias muçulmanas. Para os muçulmanos, quebrar o vínculo com a religião islâmica é o mesmo que negar seu lugar de origem, seu sobrenome e os ensinamentos passados há gerações. Mas acontece em países não muçulmanos também. É o caso de uma cristã chinesa, Tang, que, ao contar ao marido que se tornara cristã, recebeu um soco no rosto e apanhou dele com uma vara de bambu. Depois, ele desfilou pelo vilarejo com ela em um carrinho de mão, gritando: “Como você se atreve a banir os deuses da família sem pedir a minha permissão? Eu decido a quem adoramos e não você”. A rejeição familiar por causa de Cristo foi anunciada pelo próprio Jesus em Mateus 10.35-36.

VIZINHOS / CULTURA 
Em muitos países da África e da Ásia, em tribos e vilarejos, a cultura é formada por folclores religiosos milenares. Para os habitantes desses lugares, aceitar outra religião é enfurecer os deuses e trazer sobre si a ira deles. Por isso, para muitos cristãos que vivem em países como Nigéria, Etiópia e China (áreas rurais), é um grande desafio seguir a Cristo, pois certamente enfrentam ira, zombaria e discriminação de seus vizinho e amigos. 

INTERESSES ECONÔMICOS / INDIVÍDUOS CORRUPTOS 
A perseguição pode acontecer também motivada por interesses econômicos e por indivíduos corruptos. É muito comum que aqueles que vivem do comércio religioso se sintam lesados pelo avanço do cristianismo. No capítulo 19 do livro de Atos há um relato da perseguição sofrida pelo apóstolo Paulo por razões comerciais: quando os vendedores de imagens, arquitetos e construtores dos templos pagãos viram que a conversão de pessoas ao cristianismo lhes causava danos financeiros, resolveram reprimir os cristãos. 
No Nepal e em países do mundo muçulmano, pastores e missionários são sequestrados por grupos revolucionários comunistas e radicais islâmicos ávidos por dinheiro, que pedem altas quantias em troca da libertação desses irmãos. Em Chiapas, no México, por muito tempo os cristãos foram perseguidos pelos caciques (comerciantes), que organizam festas religiosas tradicionais regadas a bebidas e sacrifícios de animais, lucrando muito. A conversão das pessoas ao cristianismo as levava a deixar de participar das festas, causando grande prejuízo ao comércio dos caciques. 


2. A Causa da Perseguição: 

Jesus afirmou: “Bem aventurados os perseguidos”. Isso é uma verdade. Agora é verdade também o fato de que nem todos os perseguidos são bem aventurados. Ao longo da história humana, temos visto várias pessoas serem perseguidas por diversas causas. Muitos mártires já passaram por este mundo. “Pessoas que deram suas vidas por uma causa, para defender um país, seus direitos, um líder, uma idéia.” Por exemplo, alguém pode defender o comunismo, ou movimento sem terra e ser perseguido por isso. Mas isso não quer dizer que ele é bem aventurado. Bem aventurados, conforme o ensino de Jesus, são aqueles perseguidos por outra causa. Bem aventurados são aqueles que são perseguidos por uma causa religiosa, mas não é qualquer causa religiosa, mas a causa de Cristo.
Mas por outro lado, Jesus afirma: “Bem aventurados os perseguidos”… porque deles é o reino dos céus. Você é chamado por Cristo a ser perseguido por amor a ele. Se você quer ser fiel a Deus, vai ser perseguido. Por isso, não evite a perseguição, mas esteja disposto a sofrê-la quando ela vier. Agora, existe um tipo de perseguição que devemos evitar: é aquela que é sofrida por escândalo ou pecado. Sobre isso Pedro diz: “Não sofra nenhum de vós como assassino, ladrão, criminoso ou como quem se intromete em negócios alheios” (I Pe.4.15). Esse tipo de perseguição é lamentável e vergonhoso e não traz nenhum benefício para quem o sofre. Por outro lado, existe uma perseguição gloriosa e que traz alegria e benção para quem a sofre: aquela que é sofrida por causa de nossa fidelidade a Cristo, conforme diz o apóstolo Pedro: “Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes são vocês… Se você sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus com esse nome” (I Pe.4.14,16). 

3. A Atitude Cristã Diante da Perseguição: 
Que atitude o Senhor Jesus ordenou aos seus discípulos diante da perseguição por sua causa? Regozijai-vos e exultai-vos… (v.12). Ele está dizendo: “alegrem-se grandemente, saltem de alegria por estarem sofrendo por meu nome”. O que isso significa? Jesus está nos sugerindo a ficar sorrindo no meio do sofrimento? Ou a pular de alegria quando as pessoas nos insultam e zombam por causa da nossa fé nele? Não podemos ficar tristes diante da perseguição? Precisamos entender o seguinte: o que Jesus está nos sugerindo é que não fiquemos desesperados diante da perseguição, mas que tenhamos a plena certeza de que estamos sofrendo pela causa certa e que devemos nos alegrar por isso, pois isso resultará em uma grande benção para nós. Os primeiros discípulos que foram perseguidos por causa de Cristo expressaram essa alegria. Os apóstolos do Senhor, depois de terem sido presos e açoitados pelos líderes religiosos da época, “saíram do Sinédrio, alegres por terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome” (At.5.41). A alegria de Paulo e Silas era tão grande na perseguição que eles cantavam louvores a Deus na prisão (At.16.25). Como explicar essa atitude de alegria dos discípulos de Cristo? Deus dá forças aos seus servos em tempos de perseguição. A alegria do crente na perseguição é resultado da graça do Espírito Santo que neles habita. Além disso, as promessas de Deus nos motivam a ser alegres na perseguição. 
O crente se alegra na perseguição porque ele sabe que isso é uma bem aventurança na vida dele. Ele confia nas palavras de Cristo: “Bem aventurados (abençoados) os perseguidos por minha causa”. O Senhor não está nos encorajando a buscar perseguição, mas ele afirma que estamos sujeitos a ela e que somos verdadeiramente felizes se ela nos acontece. Qual a razão dessa bem aventurança? Por que devemos ser alegres na perseguição?
“Porque deles é o reino dos céus”: Cristo promete o reino dos céus como uma herança para aqueles que são perseguidos por sua causa. Esse reino é caracterizado pelo domínio de Cristo sobre seu povo que, como herdeiro desse reino, tem a responsabilidade de viver conforme as exigências do Rei e também o privilégio de desfrutar das bênçãos desse reino. Observe que Jesus inicia e termina as bem aventuranças com a promessa da herança do reino. Essa é a promessa da primeira e última bem aventurança. As demais promessas das outras bem aventuranças são aspectos desse reino. Significa dizer que, os que são herdeiros do reino em Cristo, participam de todas as bênçãos que há nesse reino: consolo, herança da terra, satisfação da justiça, misericórdia, ver a Deus, ser filho de Deus. Quando você reconhece a grande benção de ser um herdeiro do reino de Deus tanto agora como no mundo porvir, não fugirá da perseguição nem se desesperará com ela, mas se alegrará em ser perseguido por causa da justiça que é consequência do seu amor por Cristo, pois ele te deu o seu reino como uma herança e ninguém podem tirar isso de você.
 
Um abraço em Cristo
Pr. Miss. Capelão Edmundo Mendes Silva

Um comentário:

  1. Pr.Edmundo muito obrigado por ter postado essa mensagem muito edificante. Usei os tópicos numa pregação em minha Igreja num culto missionário onde foi abordado a 8ª Bem Aneturança.

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